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22/01/2013 - 11h23m

Velocista revelado nos Jets volta de competição na Austrália com duas medalhas de prata

Redação

      Depois de surgir nos Jogos Estudantis do Tocantins (Jets), conquistando a primeira colocação na prova dos 100 metros rasos do Atletismo em 2012, e sagrar-se o terceiro aluno-atleta mais veloz do Brasil na categoria 15 a 17 anos durante as Olimpíadas Escolares de Cuiabá, no mesmo ano, Weider dos Santos internacionalizou os próprios feitos ao conquistar duas medalhas de prata no Festival Olímpico da Juventude da Austrália, de onde voltou na madrugada desta terça-feira, 22. A primeira vice-colocação veio no revezamento 4 x 100 metros, seguida pelo revezamento medley, sendo que o velocista tocantinense foi o escolhido pela delegação brasileira para iniciar ambas as provas.
      Recepcionado no aeroporto de Palmas por familiares e amigos, Weider ressaltou a alegria pelas conquistas, contando, ainda, que a experiência que viveu no exterior transformou, positivamente, a vida dele. “Eu fui para a Austrália com o objetivo de baixar o meu tempo, que era de 11 segundos e 22 centésimos. Na prova individual, eu fiquei a um centésimo do terceiro colocado e logo consegui o que desejava, porque marquei 11 segundos e 11 centésimos. Depois da prova eu fiquei muito feliz e isto me deu ainda mais vontade de conseguir uma medalha nas provas seguintes. Apesar da minha insegurança, pois nos treinos eu errei no momento da passagem do bastão nos revezamentos, eu fiz uma excelente prova e ajudei a equipe a conquistar duas pratas. Tudo foi maravilhoso e eu tenho certeza que não sou mais o mesmo que tinha saído daqui; eu cresci muito com esta viagem, fiz amizades diferentes, conheci culturas diferentes e vivi um clima não só de disputas, mas de irmandade. Todo mundo de todo lugar que foi para lá me tratou muito bem e agora tenho outra perspectiva de vida, já que eu vi que o mundo está todo aí para conquistarmos ele”, filosofou o velocista.

Medalhas que abriram portas
      Se nas Olimpíadas Escolares da capital mato-grossense Weider já foi alvo de olheiros, na Austrália ele confirmou o potencial e chamou a atenção dos treinadores da delegação brasileira, que segundo o próprio corredor, elogiaram muito o rendimento do aluno-atleta na conquista das medalhas, abrindo uma porta para o profissionalismo no esporte. “Eu era o único não-federado da equipe do atletismo, e isto chamou a atenção dos demais integrantes, pois, mesmo sem um local adequado para treinar e um ritmo de competições constante, eu consegui correr bem. Poder receber elogio de profissionais que têm, no mínimo, 12 anos de experiência olímpica com treinamentos de atletas é sensacional. Melhor ainda foi receber o convite do professor Gilberto Miranda, responsável pelos velocistas na delegação. Ele disse que me quer em Londrina (Paraná) com a equipe dele, para eu treinar com os atletas dele; e ainda me garantiu que eu posso baixar muito o meu tempo, chegar a 10 segundos e 80 centésimos. Se tudo der certo, daqui a alguns meses eu vou para lá e terei outros velocistas com quem eu possa treinar junto, o que faz muita diferença; sem contar que o time de Londrina e um dos mais fortes e rápidos do Brasil. Estou otimista; acho que vou aprender muito na equipe do professor Gilberto. Só com este tempo de convívio eu sinto que ganhei muita maturidade esportiva; imagine podendo treinar mesmo juntos por um longo período”, afirmou Weider.

Apoio da família e do treinador
      Cinco pessoas em especial estavam mais emocionadas do que as demais no hall do aeroporto, e não era por menos, pois são eles quem convivem diariamente com o jovem vencedor: os pais Oleosmária e Wilson, as irmãs Priscila e Dalila e a pequena sobrinha Manoela, que se manteve acordadíssima para recepcionar o titio corredor. Sabendo do potencial do filho caçula e da natural possibilidade da saída dele de casa para se aprimorar no esporte, o pai diz com convicção que apoio não faltará. “Quando soubemos que ele conquistou as medalhas, ficamos radiantes, pois, mesmo sabendo das dificuldades, nós sempre acreditamos nele. E o motivo maior da nossa felicidade é saber que o que foi premiado foi o talento dele, o dom que ele tem. Por isto, nós damos total apoio ao Weider para que ele faça o que for melhor para ele; não importa o que venha a ocorrer ou para onde ele vá, estaremos sempre ao lado dele”, finalizou Wilson.
      Atual treinador do Weider, Francisco Balbé pontou alguns dos diferenciais do pupilo que o faz se destacar entre os demais da idade dele. “A disciplina e a vontade de vencer são duas das principais características dele, sem contar o foco, que é impressionante, pois ele não se deixa perder durante uma competição, mantendo a concentração no que tem que fazer e em mais nada, o que é raro até mesmo no esporte profissional. O Weider também tem uma capacidade física impressionante, e o mais incrível é que, pelo plano de treino que traçamos, 2013 é que será o ano dele. Tudo o que ele conquistou até agora foi por esforço e talento dele, que só em 2012 conseguiu baixar 30 centésimos, o que é excelente, já que, em média, um atleta baixa cerca de 20 em um ano de treinamento. Certamente, devido ao potencial que ele tem e o respeito dele ao que é passado nos treinos, ele vai melhorar muito daqui para frente”, apostou Balbé.

“Causos” da viagem
      Apesar do cansaço devido à viagem de dois dias, “the Darth Weider”, apelido que ganhou devido à confusão fonética de alguns em relação à pronúncia do próprio nome, a levando a se assemelhar à do personagem do clássico cinematográfico “Star War”, o “Darth Vader”, o jovem ainda encontrou humor para contar algumas histórias engraçadas. “Quando nós saímos de Sydney para irmos a Dubai e de lá pegarmos o voo para o Rio de Janeiro, nós enfrentamos uma turbulência muito forte. Muita gente ficou gritando no avião, com muito medo; eu mesmo fiquei pensando ‘ai, meu Deus, não é possível que eu vou logo agora!!’”, contou, às gargalhadas, o corredor de 16 anos. Outro “causo” fazia referência à língua falada na Austrália. “No Festival tinha gente que falava tudo quanto era tipo de língua, mas na Austrália se fala inglês, e o meu é bem fraquinho. Mesmo assim, eu me saí melhor do que muita gente lá e me comuniquei com gente de tudo quanto é canto. Teve hora que eles queriam fazer a troca de camisas, daí era um ‘change’ pra lá, ‘change’ pra cá; só sei que deu certo e me trouxe uma certeza: eu quero aprender inglês e logo”, disse o bem-humorado Weider.

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