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21/09/2021 - 14h34m

ALFABETIZAÇÃO

Unidade Penal de Augustinópolis investe em projetos de ensino para presos não alfabetizados

Redação

A alfabetização é um direito social e garante remição de pena aos presos (Foto: Márcia Rosa)

Atualmente, o Sistema Penal do Tocantins tem 272 pessoas analfabetas cumprindo medida de privação de liberdade e a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) chama a atenção para a educação como um dos pilares essenciais no processo de reinserção social e na efetivação do direito à dignidade da pessoa humana. Para diminuir esse número, muitas iniciativas têm sido tomadas, a exemplo do chefe de segurança da Unidade Penal de Augustinópolis.

O policial penal Edivanio Pereira Silva, que ao se deparar diariamente com presos que não conseguiam sequer assinar o nome em um alvará de soltura mobilizou, juntamente com a diretora da escola da unidade, a criação de um projeto de alfabetização por meio da Monitoria Pessoa Privada de Liberdade, onde custodiado ensina o outro, gerando a partir disso, o projeto denominado “Sou Letrando”.

Fiquei inquieto com a situação deles não conseguirem assinar o próprio nome e foi aí que eu tive a ideia, comecei a incentivar os presos que sabiam ler e escrever a ensinar os demais e com apoio da Escola Estadual Fazenda Dezesseis que oferta escolarização na Unidade Penal, hoje muitos deles já aprenderam a ler e escrever, e estão até estudando. Estamos fazendo tudo o que podemos, pois acredito que a educação é uma ferramenta de inclusão social e pode ser uma alavanca para mudança de vida deles”, espera o policial penal.

L.A.S de 62 anos é pai de seis filhos e aprendeu de fato a ler e escrever dentro da Unidade Penal. “Agradeço a Deus por ter instruído o chefe de segurança e o diretor da Unidade Penal que colocou esse projeto de ensinamento para todos os presos daqui que não sabem ler nem escrever. Eu escrevia poucas palavras, mas hoje já leio e escrevo melhor e espero em Deus que esse projeto nunca pare para que eu possa sair daqui transformado”, falou agradecido.

Me sinto muito agraciado e feliz por ter aprendido a ler e escrever e também porque isso significa grandes oportunidades para todos nós, foi uma grande porta aberta esse trabalho de alfabetização criado dentro da unidade”, falou o custodiado, E.C.S.

Sou letrando

A diretora da Escola Estadual Fazenda Dezesseis, Tatiane Maria Padilha Targino, fala dos projetos desenvolvidos para alfabetizar os presos. “Atualmente estamos desenvolvendo um projeto de alfabetização denominado “Sou letrando” com abertura de duas turmas do primeiro segmento do EJA, específico para alfabetização, com o apoio dos monitores que também são detentos, formados pelo curso de Auxiliar Pedagógico, via Pronatec, do chefe de segurança da Unidade Prisional e demais agentes que colaboram com essa formação e com o desafio de alfabetizá-los em 60 dias”, falou entusiasmada a diretora.

Monitores PPL

Carta de um monitor PPL que alfabetiza outros custodiados (Foto: Divulgação/Seciju)

R.P. de 29 anos, é um dos monitores na alfabetização dos internos e fala sobre a iniciativa do projeto. “Fiz o curso de Auxiliar Pedagógico aqui na Unidade Penal e hoje sou um dos monitores. Tínhamos 30 presos analfabetos e a partir desse trabalho, 80% deles já estão alfabetizados. Eles quiseram uma oportunidade, abraçaram e conseguiram alcançar o objetivo que é saber ler e escrever e também foi uma forma encontrada para que possam remir a pena pelo estudo”, destacou o monitor.

Me sinto muito honrado por estar ensinando outros internos que não sabiam nem ler nem escrever e hoje já sabem. Vejo uma alegria em seus rostos quando eles reconhecem as palavras, o que pra mim é muito gratificante. Espero que essa iniciativa possa continuar para mais presos e assim possamos devolvê-los à sociedade renovados”, falou L.P.S de 21 anos que também é monitor.

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