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24/04/2024 - 09h55m

UNITINS CÂMPUS AUGUSTINÓPOLIS

PRAIA NORTE: Histórias de vida de acadêmicos indígenas ganham destaque em evento de escola

Por Bico 24 Horas

Fernando Guajajara e Lucas Apinajé participaram da programação do Dia dos Povos Originários na Escola Genésio Gomes, em Praia Norte.

Palestra do acadêmico da Unitins Câmpus Augustinópolis, Fernando Guajajara, durante evento sobre Dia dos Povos Indígenas

As histórias de vida dos acadêmicos Fernando Guajajara, 22, e Lucas Apinajé, 20, foram destaque na programação do Dia dos Povos Originários na Escola Genésio Gomes, em Praia Norte, na última sexta-feira, 19, quando se comemora a data. Os dois cursam Medicina na Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) – Câmpus Augustinópolis e puderam compartilhar suas trajetórias, cultura e tradições.

Aos 22 anos, José Fernando Guajajara cursa o primeiro período do curso de graduação. Calouro, o estudante passou três anos tentando passar no vestibular e ingressar no ensino superior. Ele é o primeiro de sua família a entrar em uma Universidade pública e em um curso de Medicina. “Quando recebi a notícia estava na aldeia junto com meus familiares. Todos ficaram muito felizes, pude comemorar com meus irmãos, com minhas tias e toda a comunidade”, compartilhou o garoto natural de Amarante-MA.

Enquanto isso, Lucas já cursa o terceiro período e foi o primeiro de sua etnia a entrar na Unitins para cursar Medicina. O tocantinense é um grande incentivador do ingresso de indígenas em instituições públicas de ensino superior. “O sistema de cotas é de extrema importância para a comunidade indígena como forma de motivar a entrada de indígenas na Universidade”, comentou o jovem.

Além de compartilhar as próprias histórias e os percalços enfrentados até a aprovação do vestibular, os dois falaram, principalmente, sobre suas culturas e tradições, trazendo para os estudantes secundaristas noções de demarcação de terras indígenas, comunidade e rituais únicos e particulares das etnias, assuntos essenciais de serem discutidos em uma data tão enfática.

A adolescente Hewylly Lawanne Silva Santos, de 16 anos, foi uma das estudantes que participou da programação na Escola Genésio Gomes. “Eu achei muito interessante. Descobri um pouco da língua que eles falam, sobre como encaram o casamento e sobre as lendas, que eu achei que eram mitos, mas ele contou que não”, comentou sorrindo a estudante do 2º ano do ensino médio após a palestra de Fernando.

A ideia de convidar os acadêmicos indígenas para compartilhar seus conhecimentos e suas histórias de vida com os alunos secundaristas foi do professor Gildo Sousa Alencar, que dá aulas de História na unidade escolar. “Nossa intenção foi mostrar a cultura dos povos indígenas para os nossos alunos, porque aqui na região estamos relativamente longe dessas comunidades, o que por muitas vezes gera ideias equivocadas do modo como os povos originários vivem”, explicou.

Para o coordenador interino de Medicina/Câmpus Augustinópolis, Arthur Barros, “é importante viabilizar a aproximação entre a Universidade e a comunidade. Ao compartilhar suas culturas e tradições com a pessoas da região, nossos alunos indígenas não apenas fortalecem as histórias de suas etnias, mas levam a mensagem de que a nossa Universidade é um espaço plural e possível para todos os povos”.

Fernando Guajajara, acadêmico de Medicina, durante evento na Escola Genésio Gomes (Foto: Ananda Portilho)

Acadêmico Lucas Apinajé durante sua apresentação no evento da Escola Genésio Gomes (Foto: Renata de Sá)

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