Governo e produtores integram ações de revitalização das ipucas

      Produtores da região da Ilha do Bananal estão sendo capacitados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades) para a revitalização de ipucas na Planície do Araguaia. O seminário faz parte do programa de Recuperação e Preservação das Bacias do Tocantins-Araguaia, desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Naturatins, com o objetivo de apoiar as ações de recuperação destas áreas por meio do reflorestamento.

      O objetivo do evento é debater sobre a importância das ipucas para o equilíbrio do regime hídrico (acúmulo de água e umidade no solo) da região, bem como discutir a legislação que trata do assunto e apresentar técnicas de revitalização.

      Para desenvolver ações de revitalização das ipucas estão sendo investidos R$ 300.517 mil. Recurso do Governo federal, com contrapartida do Estado, para a criação de um viveiro com mais de 10 mil mudas características na região da Ilha do Bananal, como landi, canjirana, carvoeiro e farinha-seca; treinamento de pessoal e logística aos produtores dos municípios da região. Conforme a diretora de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semades, Danielle Ohfugi, a previsão que a etapa de plantio seja iniciada no mês de julho e concluída até o fim do ano.

Sobre as ipucas

      Ipucas consistem em fragmentos de floresta alagável que abriga espécies vegetais típicas da floresta Amazônica e Mata Atlântica na planície do Araguaia, em meio ao cerrado.

      Inundações que em outras regiões ou situações seriam alvo de transtorno e mesmo tragédia, na área de ipucas é fator determinante para renovar o ciclo da vida, ao manter constante o lençol freático e a umidade do solo. As ipucas podem ser consideradas mantenedoras da quantidade e qualidade dos mananciais hídricos, inclusive no “trabalho” de interligação, através do transbordamento, por entre rios, lagoas e lagos no período chuvoso.

      No Tocantins, estão localizadas nas várzeas do vale do rio Araguaia e seus afluentes tributários, próximo aos municípios de Pium, Lago da Confusão e Formoso do Araguaia.

Importância da preservação

      Por estar situada na planície do Araguaia, em meio ao cerrado, com uma grande capacidade natural de drenagem das águas, a ipuca é uma vegetação bastante sensível à ação humana. Apesar destas áreas não serem adequadas para a produção, o método ainda é amplamente utilizado nas várzeas da bacia hidrográfica do Rio Araguaia e seus afluentes tributários. O que pode interferir no equilíbrio hídrico e do meio ambiente.

      Para coibir estas irregularidades, de acordo com a Semades estão sendo assinados termos de ajustamento de conduta com os produtores que utilizam da prática na região, para o cumprimento da legislação que garante a preservação das ipucas no Estado.