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19/09/2014 - 15h44m

Caso do avião encontrado em Piracanjuba pode ter sido golpe político contra Marcelo Miranda

Jornal Opção

A Polícia Civil apreendeu na quinta-feira (18/9) um avião com R$ 504 mil e 5 quilos de material de campanha do candidato ao governo do Tocantins Marcelo Miranda (PMDB) e do candidato a deputado estadual Carlos Henrique Gaguim (PMDB) em uma pista de pouso no município goiano de Piracanjuba, a 87 quilômetros da capital. Quatro homens, inclusive o piloto, foram presos como suspeitos de lavagem de dinheiro, crime contra a ordem tributária e associação criminosa.

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Material encontrado dentro do avião / Foto: Polícia Civil

Em depoimento, o empreiteiro Douglas Marcelo Alencar Shimitt, de 38 anos, apontado como o chefe do grupo, disse à polícia, de prontidão, que a quantia de dinheiro seria destinada à campanha eleitoral do governadoriável peemedebista. A polícia investiga se Marcelo Miranda estaria usando contas bancárias de laranjas para movimentar grandes quantias de dinheiro.

A assessoria do candidato e o próprio Marcelo Miranda contestaram as denúncias do suspeito, que também afirmou que, além da quantia encontrada no avião, teria sido transferido o valor de R$ 1 milhão para diversas outras contas, também supostamente ligadas a Marcelo Miranda.

O Jornal Opção Online ouviu na manhã desta sexta-feira (19) pessoas ligadas à coligação peemedebista tocantinense, que garantem que o episódio não passou de “um golpe baixo” por parte da base governista.

Isso porque, nos bastidores, é conhecida a relação de Douglas Shimitt com o candidato a deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (PTB), filho do ex-governador Siqueira Campos (PSDB), e aliado da base governista, encabeçada pelo atual chefe do Executivo estadual e candidato à reeleição, Sandoval Cardoso (Solidariedade). O empreiteiro e outro suspeito envolvido no episódio, Lucas Marinho Araújo, de 24 anos, residente de Piracanjuba e apontado nas investigações como suposto laranja de Marcelo, aparecem, inclusive, ao lado do petebista em fotos publicadas no Instagram. Veja:

Do mesmo modo que Douglas e Lucas aparecem ao lado de Eduardo Siqueira e do governador Sandoval Cardoso (SDD), em outras postagens, os suspeitos declaram apoio a Marcelo e a candidata a senadora Kátia Abreu (PMDB). A mudança de lado, no entanto, foi verificada apenas um dia antes da prisão do quarteto. A controversa situação tem causado bastante debate nas redes sociais entre aliados e opositores.

Do lado governista destacam que Douglas Shimitt aparece em apostilamento de contrato como representante da empresa Via Dragados por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Tocantins (Dertins), quando o órgão ainda era presidido pelo pai de Marcelo Miranda. Já do lado peemedebista, internautas ressaltam os dizeres dos suspeitos nas fotos tiradas ao lado dos integrantes da base siqueirista . “Um novo caminho! Próxima parada Ananás-TO”, escreve Douglas ao lado de Eduardo Siqueira. Lucas Marinho está em outra foto com o governador Sandoval, com a frase: “Selfie com o novo governador do Estado do Tocantins”.

Marcelo Miranda demosntrou surpresa ao saber da prisão dos quatro suspeitos l Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Marcelo Miranda demosntrou surpresa ao saber da prisão dos quatro suspeitos l Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Pessoas próximas a Marcelo Miranda também dizem ver com estranheza o fato de o grupo detido transportar uma quantidade ínfima de material de campanha, apenas 5 quilos. Além disso, começou a circular nas redes sociais na manhã desta sexta-feira um documento que comprovaria que o dono do avião apreendido em Piracanjuba, Ronaldo Japiassú, manteria relações contratuais com a gestão do governo de Tocantins, na ordem de R$ 17 milhões.

Ratificando a teoria de que tudo não passou de um golpe, uma das fontes lembra que, nas eleições passadas, em 2010, um episódio semelhante também ganhou as capas dos jornais. Na ocasião, uma operação da polícia paulistana denunciou Carlos Gaguim, então candidato a governador, por suposto envolvimento em tentativa de fraudar licitações. As investigações não foram para frente e Gaguim, que incialmente liderava pesquisas de intenção de voto, perdeu para Siqueira Campos por uma pequena diferença.

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Dinheiro apreendido com quadrilha/ Foto: Polícia Civil

Ao receber a notícia, na noite da última quinta-feira, Marcelo Miranda demonstrou surpresa e disse não ter conhecimento sobre o ocorrido, além de frisar que sua campanha é feita exclusivamente em território tocantinense. “Se esse cidadão está falando, que ele prove que foi para a minha campanha. Eu não me submeteria a isso, estão tentando macular minha imagem”, disse em entrevista à filiada da TV Globo no Estado.

A reportagem tentou contato com Eduardo Siqueira Campos, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.

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