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03/04/2019 - 08h35m

PROJETO PATROCINADO PELA ENERGISA

Pela primeira vez, mitos Javaés são registrados por não-índios no Tocantins

Comunicação Energisa - ETO

Projeto com produção audiovisual, patrocinado pela Energisa, promoveu oficinas de animação para jovens e adultos javaés

A magia das histórias tradicionais indígenas, com roteiros fantásticos que contam os mitos e as crenças do povo Javaé foram relembradas e registradas por meio do projeto Mitos Indígenas em Travessia, em visita ao Tocantins. Darci Mauerri Javaé, cacique da aldeia São João, no Parque Nacional do Araguaia, lembra que esta foi a primeira vez que não-índios estiveram na aldeia para registrar as histórias tradicionais indígenas com o objetivo de torná-las conhecidas fora dali e que o projeto trouxe de volta para a vida da comunidade uma prática antiga.

“Quando éramos crianças, colocávamos as esteiras no terreiro em frente à casa dos mais velhos para ouvir essas histórias até tarde da noite”. E completa: “Foi bom pra mim, porque eu aprendi uma história que não conhecia”, disse o cacique.

Com o apoio cultural do Grupo Energisa, o projeto está fazendo uma imersão na cultura de diferentes etnias em três estados: Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Zureta Filmes, de São Paulo, está realizando registrando e reunindo essas histórias, para produzir em conjunto com jovens moradores das aldeias um filme (média-metragem) em capítulos sobre os mitos indígenas.

O projeto mobilizou toda a comunidade da aldeia São João, reunindo crianças, jovens e adultos neste resgate e registros dos mitos. Julia Vellutini, diretora do projeto, pontuou que a imersão entre os Javaés se mostrou muito produtiva. “Conseguimos despertar o interesse da comunidade. Crianças, jovens e os mais velhos participaram ativamente em várias etapas do projeto e ajudaram a resgatar muitas histórias de seus antepassados.”

Ilca Maria Granja Lopes, coordenadora pedagógica da escola da aldeia São João, ressaltou a importância de recuperar os mitos da cultura Javaé, uma vez que muitos dos jovens da aldeia não conheciam essas histórias. “Fiquei muito feliz com o resgate das histórias, que os antepassados nos contavam. As crianças se envolveram por meio das atividades, desenhando e pintando os personagens das histórias”, relata a pedagoga.

O envolvimento dos jovens foi de grande importância para o projeto. “Eles entenderam a importância de registrar as histórias deles, que contou com a participação dos mais velhos, que são vítimas de novas tecnologias que disputam espaço com as atividades mais tradicionais. Foi um momento de valorização deles”, afirma Eduardo Biagioni, funcionário da Funai que acompanhou a equipe de filmagem.

Projeto

O projeto “Mitos indígenas em travessia” é realizado pela Zureta Filmes com o patrocínio da Energisa por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério da Cidadania. Do Tocantins, a equipe do projeto seguiu para o Mato Grosso, aldeia Afukuri, etnia Kuikuro, no Parque do Xingu. Esta etapa do projeto termina com a visita a aldeia São João, etnia Kadiwéu, no Mato Grosso do Sul.

O material colhido nas aldeias seguirá para a produtora em São Paulo para ser editado, animado e sonorizado. O filme incorporará animações que se sobrepõem às imagens captadas nas aldeias, construindo assim uma nova narrativa animada. O projeto contará ainda com uma plataforma digital e um canal no YouTube, onde o filme poderá ser visto e compartilhado gratuitamente.

No segundo semestre de 2019, o projeto retorna às aldeias para apresentar às comunidades o resultado e, logo em seguida, com o público em geral.

O público poderá acompanhar o projeto pelas redes sociais: Facebook/@mitosindigenasemtravessia e Instagram/@mitosindigenasemtravessia. Durante o trajeto e a imersão nas aldeias, o grupo postará seu diário de viagem em fotos, vídeos e textos.

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