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03/12/2021 - 10h00m

MORHAN

Hanseníase é discutida por professores e alunos da Unitins durante fundação de núcleo em Augustinópolis

Redação

O Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) reúne cerca de 60 núcleos no Brasil. Segundo dados da organização, o Tocantins concentra incidência da doença.

Hanseníase foi discutida por professores e alunos da Unitins durante fundação de núcleo do Morhan em Augustinópolis (Foto: Ananda Portilho)

O Câmpus de Augustinópolis da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) sediou na tarde de terça-feira, 30, a fundação de mais um núcleo do Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). A unidade vai concentrar esforços em toda a região do Bico do Papagaio e reúne professores pesquisadores e acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Medicina da Unitins.

A programação, ocorrida no auditório do Câmpus Augustinópolis, contou com a participação do coordenador nacional do Morhan e membro do Conselho Nacional de Saúde, Artur Custódio. “Já temos alguns núcleos próximos, como Marabá, mas toda essa área da Região do Bico do Papagaio, pegando também parte do Maranhão e o sul do Pará, tem alta incidência de hanseníase. E considerando que o Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo em números de incidência e segundo lugar em número absoluto, é estratégico para a segurança das pessoas afetadas pela doença e para a eliminação da hanseníase no país que a gente tenha grupos de voluntários nessas regiões e que eles atuem na cobrança do poder público”, destacou o coordenador.

Artur ministrou a palestra alusiva à campanha “Não esqueça da hanseníase” para os acadêmicos de Enfermagem e Medicina que participaram do evento. A mobilização é mundial e é encabeçada pela Fundação de Saúde Sasakawa, uma instituição japonesa. A campanha segue até maio de 2022 e, no Brasil, é promovida pelo Morhan e seus parceiros, como a Unitins.

Para a professora Patrícia Vieira, coordenadora do Morhan de Augustinópolis e Bico do Papagaio e docente do curso de Medicina/Câmpus Augustinópolis, que articulou a abertura do núcleo regional, o objetivo é atuar para que os pacientes tenham todo o acompanhamento e cuidado necessário, inclusive com o diagnóstico precoce. “Eu tenho alguns contatos e algumas parcerias que eu quero que sejam utilizados da melhor forma possível nessa região, de modo a beneficiar toda a população em relação a esses cuidados para que nenhum paciente fique com sequelas agravadas em decorrência de um diagnóstico tardio”, enfatizou a docente.

O novo núcleo do Morhan integra uma rede composta por cerca de 60 grupos espalhados em 300 cidades brasileiras, que somam mais de 2,5 mil voluntários. Na região do Bico do Papagaio, o movimento também busca parcerias com as Secretarias Municipais de Saúde, como a de Araguatins e Augustinópolis. Além de reunir professores e acadêmicos da Unitins, o Morhan também pode ser composto por voluntários de todas as áreas e da sociedade civil.

O titular da Secretaria Municipal de Saúde de Augustinópolis, Yata Anderson Pereira Maciel, participou do evento de fundação do núcleo do Morhan e projetou um impacto significativo para toda a região. “Essa parceria vai ser um sucesso total. A Unitins já vem desenvolvendo um trabalho bastante significativo não só em relação à Hanseníase, mas dentro de outras políticas e essa, com certeza, vai ser mais um sucesso, dessa vez com o Morhan, que é uma entidade conhecida nacionalmente. A união da universidade, município e Morhan vai ter um impacto bastante significativo na sociedade. O núcleo vem para aprimorar as ações que já são desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde”, pontuou.

O vice-coordenador do  Morhan de Augustinópolis e enfermeiro, Dennis Novais, já desenvolve pesquisas acerca da Hanseníase na região do Bico do Papagaio e destacou alguns dos resultados obtidos. “Recentemente analisei o cenário da Hanseníase nos últimos 10 anos na região do Bico do Papagaio e a pesquisa indicou que, além da elevada incidência, existem indicadores de que a doença está ativa na região. Essa percepção foi possível devido aos elevados números da Hanseníase em pessoas menores de 15 anos. Também pude verificar que há um elevado percentual de pacientes que apresentaram grau dois de complicações físicas por causa da doença”, ressaltou Dennis.

Professora Patrícia Vieira, coordenadora do Morhan de Augustinópolis, assinando o termo de fundação do núcleo (Foto: Ananda Portilho)

Durante a programação, também foi oficializada a criação do núcleo do Morhan Augustinópolis por meio da assinatura de um termo pelo coordenador nacional do movimento, Artur Custódio; pela coordenadora regional, Patrícia Vieira; e pelo secretário de Saúde de Augustinópolis, Yata Anderson. Também integram o movimento a coordenadora do curso de Enfermagem, Hanari Santos, e o coordenador do curso de Medicina, Victor Giovannino, ambos do Câmpus de Augustinópolis.

Entre os acadêmicos que participaram do evento está a caloura de Medicina, Acza Jales. Ela conta que ficou surpresa com a atuação do Morhan e revelou que pretende integrar o núcleo local. “Eu não sabia sobre a existência desse movimento, fiquei muito emocionada sobre a missão do Morhan e o trabalho feito pelo Artur. O meu desconhecimento sobre o Morhan e a hanseníase é um exemplo consequente da pouca divulgação a respeito desse movimento e dessa patologia. Com a palestra de hoje me sinto um pouco mais preparada intelectualmente a respeito da hanseníase e do trabalho exercido pelo Morhan. Sinto vontade de participar do projeto que será implantado na cidade e creio que ele irá atuar de forma expressiva na região do Bico do Papagaio”, disse.

Morhan

O Morhan foi fundado em 1981, no estado de São Paulo, com o objetivo de atuar na conscientização na construção de políticas públicas voltadas para a população acometida pela Hanseníase. Há 40 anos o grupo desenvolve atividades que possibilitem a eliminação da doença e o respeito aos Direitos Humanos das pessoas atingidas pela Hanseníase.

Coordenador nacional do Morhan falando sobre a atuação do movimento no Brasil (Foto: Ananda Portilho)

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