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06/01/2022 - 11h52m

ALAGAMENTOS

Chuvas não param e cresce número de desabrigados pelas enchentes no Bico

Apesar do nível do rio continuar subindo em algumas áreas, há famílias que resistem em sair de suas casas. Em São Miguel, além dos alagamentos a cidade enfrenta também uma onda de gripe.

Moradores deixando áreas de alagamento (Foto: Reprodução)

A chuva continua todos os dias no Bico do Papagaio. Em algumas cidades o nível do rio Tocantins continua subindo e existem pessoas que resistem a deixar suas casas. Em uma comunidade entre Sampaio e Carrasco Bonito, por exemplo, em torno de seis famílias não saíram e estão ilhadas.

O número de pessoas impactadas continua a crescer. Nesta quarta-feira (5), quando o governo do Tocantins decretou situação de emergência, eram 275 desabrigados e 236 desalojados de acordo com a Defesa Civil Estadual. Nesta quinta-feira (6) os números subiram para 328 e 416, respectivamente.

Na cidade de Praia norte os barcos com objetos pessoais e móveis de ribeirinhos não param de chegar aos abrigos. Alguns também tentam salvar um pouco da lavoura. "Tô tirando o milho né, tá dentro d'água já quebrando, pra ver se recupera algum [sic]. Se deixar muitos dias perde tudo", comentou o lavrador Francisco Josenildo Gomes.

Os ribeirinhos que foram para a cidade fugindo da enchente também deixaram para trás muitos animais, mas acabam voltando na área alagada para verificar se os bichos estão vivos.

"Ainda ficou porco, galinha, tudo lá. Peru, guiné. Só se for de canoa lá para dar comida pros bichos. Tem lugar que ainda tem como dar comida pros animais, mas se demorar mais eu acho que não vai dar, os bichos vão morrer, porque está alagado tudo lá", lamentou a lavradora Iraneide Lima de Jesus.

Em São Miguel do Tocantins, na divisa com o Maranhão, a enchente segue há quase uma semana pelas ruas da cidade. A água baixou um pouco e na parede das casas ficou a marca de onde o alagamento chegou.

Em uma escola da cidade as equipes de assistência social acompanham de perto as famílias. Na tarde desta quarta (5) chegaram caixas de remédios enviadas pela Secretaria Estadual de Saúde, pois além das enchentes a cidade vive uma alta de casos de gripe.

TrInta e seis municípios estão sendo monitorados e mais de mil pessoas precisaram sair das áreas de risco, segundo a Defesa Civil.

O José Ferreira está há três dias sem luz e com a casa tomada pela água. “Estou comprando vela para poder alumiar e não dormir no escuro. A gente apela para Deus que as coisas melhorem”, disse o pedreiro.

Na parte baixa da cidade, muitas ruas ainda estão alagadas. Situação que é acompanhada de perto pelos moradores, que têm pressa pra reconstruir suas vidas. “Muita água. Está indo embora devagarzinho para o rio. Ali em casa, graças a Deus está indo, mas tem vários pontos bastante alagados”, disse a dona de casa Viviane Alves Araújo Pereira.

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