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28/05/2015 - 20h14m

Após passar mal, vereador Odilon Rocha é transferido para Belém

G1 Pará

O vereador Odilon Rocha (SDD), de Parauapebas, sudeste do estado, preso acusado de integrar esquema de fraude na Prefeitura e Câmara Municipal que teria desviado mais de R$ 50 milhões, chegou a Belém nesta quinta-feira (28), segundo informou o promotor de justiça Nelson Medrado.

A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) confirmou a entrada do político no Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (Crecan), no Complexo Penitenciário de Santa Isabel, por volta das 13h. Odilon precisou de atendimento psicossocial na chegada ao centro de detenção. Ele e o vereador José Arenes (PT), também preso na operação Filisteu, estão custodiados na cela de triagem da unidade prisional, separados dos demais detentos, mas serão encaminhados para celas coletivas, onde ficarão à disposição da Justiça. A Susipe afirma que o procedimento é padrão para ingresso de presos nos centros de detenção do estado.

Odilon causou polêmica após um vídeo em que ele diz que o salário do vereador do município é insuficiente para viver de forma honesta viralizar na internet. A gravação foi feita na sessão do dia 24 de abril. "O valor que o vereador ganha aqui, se ele não for corrupto, ele mal se sustenta durante o mês", disse Odilon, que cumpre o quinto mandato na Assembleia do município.

Envolvimento em fraudes

O vereador foi preso na terça-feira (26), acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações entre os anos de 2013 e 2014, quando exerceu o cargo de primeiro secretário da câmara do município. O caso está sendo investigado pelo MPE e pela Polícia Federal, por meio da operação "Filisteu". Além dele, também foram detidos o vereador José Arenes (PT) e o empresário Edimar Cavalcante.

Depois de preso, Odilon foi transferido para um hospital particular do município após passar mal. Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), o vereador será encaminhado para cela coletiva. Caso seja apresentado um laudo clínico comprovando problemas de saúde, com a devida autorização judical, ele será encaminhado para a ala de enfermaria da unidade prisional. Por ser servidor público, o vereador será encaminhado para o Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves (Crecan).

O vereador José Arenes (PT) já está detido no Crecan. O empresário Edimar Cavalcante foi transferido para o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), no Complexo Penitenciário de Marituba.

Rombo multimilionário
Segundo o promotor de Justiça do Ministério Público do Pará (MPE), Hélio Rubens Pinho Pereira, a fraude ultrapassa R$ 50 milhões. Na Câmara, o desvio era feito por meio de contratos administrativos direcionados. Os documentos autorizavam o pagamento de uma quantidade grande de mercadorias, mas eram entregues apenas parte desses produtos.

"Essa diferença voltava para os componentes da mesa da Câmara: presidente, vice-presidente, 1° secretário e 2° secretário. Isso é em relação à Câmara de Vereadores", detalhou. O rombo é considerado multimilionário. "Só uma desapropriação feita pela prefeitura de Parauapebas ultrapassa R$ 50 milhões. Foram várias desapropriações feitas de forma irregular, então o valor é bem grande, vários milhões de reais".

Na terça-feira (26), três pessoas foram presas na operação: o vereador Odilon Rocha, o empresário Edimar Cavancante; que era contratado e que era o operador de alguns contratos para que o dinheiro voltasse para a Câmara; e o vereador José Arenes (PT), que foi preso por porte de arma. "Quando fizemos a busca na residência dele, nós encontramos armas, por conta disso ele foi preso em flagrante", pontuou Pereira. "Nós vamos analisar a documentação apreendida e vamos entrar com as ações cabíveis, para responsabilizar criminal e ou administrativamente", concluiu o promotor.

Investigação
Odilon é suspeito de receber 50% dos valores superfaturados do empresário que vencia as licitações do período. O empresário foi preso acusado de emitir notas fiscais frias e superfaturadas.

A Prefeitura de Parauapebas informou que colabora com as investigações fornecendo informações e que os serviços municipais não foram interrompidos com a operação. A Prefeitura informa ainda que os procedimentos referentes à Câmara Municipal são de responsabilidade da mesa diretora do poder legistativo.

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