O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, reuniu-se com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, nessa quarta-feira, 6, em Brasília, com o objetivo de proteger o agronegócio tocantinense e buscar soluções diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre determinados produtos brasileiros. Um dos destaques da reunião foi a orientação para que o Tocantins amplie os investimentos em rastreabilidade do rebanho bovino, como estratégia para conquistar novos mercados internacionais.
Entre os principais produtos exportados pelo Tocantins está a carne bovina, que representa cerca de 60% das exportações destinadas aos Estados Unidos. Somente entre janeiro e junho de 2025, o estado exportou aproximadamente US$ 25 milhões em carne bovina para o país norte-americano.
“Estamos em busca de novos mercados para compensar possíveis perdas com essa taxação. Trabalhamos por soluções que auxiliem nossos produtores rurais e pecuaristas, e contamos com o apoio do Governo Federal nessa missão”, afirmou o governador Wanderlei Barbosa.
Rastreabilidade como diferencial
O ministro Carlos Fávaro destacou que muitos países exigem comprovações de origem e sustentabilidade na produção. “Principalmente na Europa, só compram carne de áreas livres de desmatamento. Por isso, sugerimos que os pecuaristas do Tocantins invistam na adoção de chips e sistemas de rastreamento, pois isso tem se tornado cada vez mais determinante para acessar novos mercados”, explicou.
O ministro também citou avanços nas negociações com países como México, Coreia do Sul, Vietnã, Turquia e Japão, e reforçou que o Brasil já exporta carne para 160 países. “Estamos ampliando nossas parcerias internacionais e o Tocantins pode se beneficiar diretamente disso, desde que invista em rastreabilidade e controle sanitário”, acrescentou.
Negociações com os EUA
Sobre a tarifa imposta pelos Estados Unidos, Carlos Fávaro informou que o Governo Brasileiro intensificou as negociações para ampliar a lista de produtos isentos da nova taxação. “Estamos atuando para que mais produtos, como carne bovina, pescado e café, fiquem de fora da tarifa. A medida ainda não está confirmada, mas há expectativa de que o impacto inflacionário interno nos EUA leve à revisão da decisão”, destacou.
Presença da comitiva tocantinense
O presidente do Sindicato de Carnes do Tocantins, Oswaldo Stival Júnior, elogiou a atuação do Governo Federal, mas pediu atenção especial ao Estado. “A inclusão de frigoríficos do Tocantins nas novas parcerias internacionais e eventuais compensações fiscais trarão segurança para que o setor produtivo siga avançando”, afirmou.
Também participaram da reunião o senador Eduardo Gomes; os deputados federais Alexandre Guimarães e Antonio Andrade; o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), Amélio Cayres; o deputado estadual Luciano Oliveira; o secretário de Estado da Comunicação, Márcio Rocha; o secretário extraordinário de Representação do Tocantins em Brasília, Carlos Manzini Júnior; o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviço, Carlos Humberto; e o secretário da Agricultura e Pecuária, Jaime Café.

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