As Oficinas Participativas foram realizadas, no último final de semana, no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Augustinópolis, região do Bico do Papagaio, com o objetivo de definir estratégias de investimentos voltadas para a agricultura familiar no âmbito do Programa Jurisdicional de REDD+ do Tocantins (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).
A iniciativa integra o processo de Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI) e é promovida pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) e da Tocantins Carbono (Tocar).
O encontro reuniu mais de 100 participantes, entre representações sindicais dos pequenos agricultores, associações e lideranças do movimento interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu. Durante a oficina, foram promovidos debates, diálogos e troca de saberes, possibilitando a construção coletiva das estratégias de investimento dos recursos do programa.
O Bico do Papagaio, historicamente marcado por conflitos territoriais e pela forte politização de sua população, tem em Padre Josimo um de seus maiores mártires, assassinado por sua luta em defesa da terra. Neste cenário, as oficinas tornaram-se um espaço fundamental para que os pequenos agricultores pudessem expressar seus anseios e reivindicações, fortalecendo o diálogo e a participação ativa nas decisões sobre o programa.
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcello Lelis, avaliou como muito positiva a realização da oficina em Augustinópolis, que contou com a intensa participação dos agricultores durante os três dias de evento, buscando, desta forma, garantir que os benefícios do REDD+ sejam aplicados de forma transparente e eficaz.
“Esse momento é essencial para assegurar a participação das comunidades no processo. Ao ouvirmos suas demandas, podemos direcionar os recursos do programa de maneira eficiente, atendendo às reais necessidades locais e promovendo o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável”, afirmou.
A líder das quebradeiras de coco, Maria da Conceição Gabriel de Sousa, destacou a relevância das oficinas e o conhecimento adquirido sobre o REDD+. “Aprendemos muito nesses encontros. O REDD+ nos proporciona um conjunto de ideias que nos ajudam a nos organizar melhor em relação à agricultura familiar e à preservação das nossas reservas ambientais”, disse.
Entre as principais demandas apresentadas pelos agricultores da região estão a implementação de políticas públicas voltadas à preservação ambiental e ao fortalecimento da agricultura sustentável. Também foram destacadas a necessidade de assistência técnica, capacitação, criação de viveiros comunitários, transporte adequado para o escoamento da produção, fornecimento de equipamentos para as casas das quebradeiras de coco, recuperação de estradas e a implementação de projetos para a revitalização de nascentes, matas ciliares e Áreas de Preservação Permanente (APP).
Próximos encontros
Neste próximo final de semana, a Caravana do REDD+ seguirá para Araguaína, onde continuará ouvindo os agricultores familiares, a partir das 15h, na Chácara da Dona Neide, nesta sexta-feira (4), estendendo-se até domingo.
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