O Campus Araguatins do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), em parceria com a 5ª Companhia Independente do Corpo de Bombeiros Militar (CIBM), está desenvolvendo um projeto inédito voltado ao monitoramento e à proteção da fauna silvestre afetada por incêndios florestais no extremo norte do estado. Batizada de Silentium Ignis – expressão em latim que significa: “o silêncio do fogo”. A iniciativa une ciência e prática operacional no combate ao fogo, com foco na pesquisa, na atuação em campo e na preservação ambiental.
Considerados uma das principais ameaças à biodiversidade, os incêndios florestais têm causado impactos severos em regiões ecotonais – áreas de transição entre biomas –, como é o caso do município de Araguatins, localizado entre a Amazônia e o Cerrado. Nesse cenário, fatores climáticos, ações humanas e a falta de políticas públicas eficazes contribuem para o aumento da frequência e da intensidade das queimadas. O resultado é a morte de animais, destruição de habitats, escassez de recursos e desequilíbrios nas relações ecológicas, comprometendo diretamente a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas locais.
O projeto tem como foco principal monitorar e analisar os impactos dos incêndios florestais sobre a fauna da região, com atenção especial às espécies que conseguem sobreviver entre as cinzas e que, muitas vezes, não são percebidas. A pesquisa utilizará uma combinação de métodos qualitativos e quantitativos, com coletas de dados programadas para ocorrer entre junho e novembro – período em que as queimadas são mais frequentes.
Ao longo do estudo, a equipe do IFTO irá acompanhar algumas ocorrências em campo e orientar os bombeiros na padronização dos registros fotográficos. As imagens e os dados coletados serão reunidos em um banco de dados georreferenciado e analisados com o auxílio de ferramentas de geoprocessamento, permitindo uma leitura mais precisa dos efeitos do fogo sobre a fauna local.
Com a iniciativa, o IFTO pretende traçar um panorama detalhado dos impactos do fogo sobre a fauna regional, identificar as espécies mais vulneráveis e propor estratégias eficazes de mitigação e conservação. Os resultados do estudo também deverão servir de base para a formulação de políticas públicas, além de fortalecer ações de educação ambiental e ampliar o diálogo entre ciência, sociedade e órgãos responsáveis pela gestão ambiental.
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