Com o objetivo de aumentar a oferta de serviço, proporcionando melhor atendimento à população, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) realizou uma capacitação para implementação do atendimento especializado em hanseníase no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG). A ação coordenada pela Superintendência de Unidades Hospitalares Próprias (SUHP) e pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) visa organizar o serviço da unidade que é referência para a região do Bico do Papagaio.
De acordo com os parâmetros de endemicidade do Ministério da Saúde (MS), o Tocantins é hiperendêmico para a hanseníase e segundo diretora-geral do HRAUG, Vilma Jovino, “estamos alinhando recursos e informações para que o Hospital Regional de Augustinópolis se torne uma referência na Rede de Atenção à Saúde para pacientes que necessitam de atendimento especializado em hanseníase. Nossa equipe está empenhada em oferecer mais este serviço essencial, ampliando o acesso à assistência de qualidade para a população da nossa região de saúde”.
Para a coordenadora Estadual da Hanseníase da SES-TO, Márcia Faria e Silva, “a descentralização deste serviço poderá auxiliar no enfrentamento da Hanseníase no norte do Tocantins, oferecendo uma linha de cuidado, atendimento oportuno e mais próximo dos pacientes”.
Segundo o médico e coordenador do Ambulatório de Dermatologia, Paulo Erivan Pereira, “com o Hospital Regional de Augustinópolis virando um centro de referência à Hanseníase nós iremos receber pacientes direcionados dos 27 municípios do Bico do Papagaio, aqueles casos duvidosos e de difícil diagnóstico. Estaremos à disposição destes municípios para dirimir dúvidas e juntamente com os profissionais dos PSF’s municipais, reduzir os índices da doença na região. A criação do Centro de Referência de Hanseníase dará mais qualidade de vida aos pacientes“.
A Doença
A hanseníase é uma doença infecciosa que afeta a pele e os nervos periféricos e já acometeu mais de 640 pessoas no Tocantins em 2024. O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento, que é totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O período de incubação da hanseníase dura em média de dois a sete anos.
Transmissão
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala). Também é necessário um contato próximo e prolongado. A transmissão não passa pelo abraço, compartilhamentos de pratos, talheres, roupas de cama e outros objetos.
Sinais e sintomas
Os sinais e os sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas em áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica; comprometimento dos nervos periféricos; diminuição dos pelos e do suor; sensação de formigamento e fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés e nódulos no corpo avermelhados e dolorosos.