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21/07/2017 - 20h21m

PROFILAXIA

Moradores que tiveram malária criticam atendimento médico em Araguatins

Moradores criticam atendimento médico em Araguatins

Moradores de Araguatins que contraíram malária, criticaram o atendimento e as condições de higiene da cidade. O município concentra a maior parte dos 53 casos confirmados este ano no Tocantins, 49 ao todo. Outros quatro casos foram confirmados em Augustinópolis. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau).

Só em uma rua da cidade, seis pessoas pegaram a doença. Na casa da dona de casa Marinalva Pereira, além dela, a filha e a neta ficaram doentes.

"A gente andou a beira da morte porque no hospital não tem médico e o atendimento é muito ruim. A gente foi ao hospital muitas vezes. A gente sente muita dor, ainda hoje estou entrevada, doendo as juntas, não posso me levantar de manhã."

Os moradores atribuem a doença a quantidade de água acumulada na rua. A lavradora Tereza da Cruz Cunha também foi contaminada.

"A água é muito suja. O lixão na porta da minha casa é muito fedido. Eu fico presa dentro de casa, sem ter como sair porque não posso por meus pés dentro dessa água imunda. Fico dentro de casa até essa água secar. Eu não sei nem como resisti essa febre alta. Nós queremos uma solução pra o problema da nossa rua."

A secretaria informou também que foram realizados 528 exames em casos suspeitos da doença até o dia 17 de julho. As cidades onde o monitoramento é mais intenso são Araguatins, Augustinópolis, Buriti do Tocantins, Esperantina e Palmeiras do Tocantins.

Os dados indicam que 31 dos casos confirmados foram adquiridos pelos pacientes no próprio estado, os demais vieram de estados vizinhos. Em 2016 apenas três casos foram registrados na mesma região. Em todo o estado foram 22 casos de malária no ano.

O aparecimento dos primeiros casos aconteceu em janeiro. Na época, a Secretaria de Saúde chegou a investigar se os casos eram importados de outros estados, mas descartou a possibilidade após uma investigação. Um bairro as margens do rio Araguaia, em Araguatins, foi indicado como o local de infecção.

O biólogo Marco Aurélio falou sobre os registros no Tocantins.

"Alguns fatores favoreceram a ocorrência desses casos em Araguatins. A gente pode destacar que a região endêmica da Amazônia Legal, da qual fazemos parte, teve um aumento esse ano de casos e esse aumento acaba repercutindo no Tocantins. O que acontece é que pessoas chegaram doente de outros estados. A partir desses casos importados houve esse surto no início do ano aumento um pouco a mais do que a gente esperava. A gente sempre teve cuidado com a região do Bico do Papagaio porque nos últimos anos houve a ocorrência de casos, mas é uma doença muito dinâmica e com o período de chuva acaba ocorrendo a transmissão mais facilmente."

Sintomas

As pessoas que contraem a malária sentem dores de cabeça, febre alta, dores nos músculos e calafrios. Segundo a Sesau, todos os casos suspeitos devem passar por exames de diagnóstico rápido disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde, que são o teste rápido ou o teste da gota espessa. O teste rápido pode ser realizado em qualquer unidade de saúde e o resultado sai em 15 minutos. Já o teste da gota espessa deve ser prescrito e o resultado sai em até 24 horas. Ambos os testes usam apenas poucas gotas de sangue retiradas do dedo do doente.

Tratamento

O governo informou que o tratamento é oferecido na rede pública de saúde, administrado de acordo com o quadro de cada paciente. A orientação é que as pessoas que apresentarem os sintomas, procurem uma unidade.

Precauções

Um dos cuidados é evitar locais que são habitats naturais do mosquito Anopheles darlingi, considerado vetor principal da doença, conhecido como mosquito-prego. Ele gosta de alimentar no anoitecer e no amanhecer, segundo o gerente do laboratório de entomologia, Rogério Rios. "Se a pessoa vai pescar ou acampar em áreas ribeirinhas ou em praias de rio, é importante usar repelentes entre 18 e 22 horas e entre 3 e 6 horas da manhã", recomendou. (G1)

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