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12/11/2013 - 17h36m

Kátia Abreu cobra em Xangai suspensão do embargo chinês à carne brasileira

Redação
A senadora tocantinense Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, cobrou ontem em Xangai a suspensão do embargo chinês à carne brasileira, imposto, conforme a parlamentar, "sem nenhuma razão técnica". A cobrança foi feita na presença do diretor do ministério do Comércio da China, Wu Guo Liang, e do vice-diretor da AQSIQ - a agência chinesa de vigilância sanitária que tem status de ministério, no Seminário  AgroInvest Brasil 2013, coordenado pela parlamentar tocantinense e realizado pela CNA. Técnicos da agência chinesa  de vigilância sanitária devem visitar o Brasil até o dia 15 de dezembro para inspecionar frigoríficos. A mudança vai beneficiar a industria da carne tocantinense.  Números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior revelam que, de janeiro a setembro deste ano, o Tocantins exportou o equivalente a US$ 136,5 milhões de carne bovina desossada congelada, fresca e congelada, um índice de crescimento de 19% superior aos US$ 111 milhões exportados no mesmo período do ano passado. Inferior apenas aos US$ 400 milhões de exportações da soja no mesmo período deste ano, para  uma balança comercial de janeiro a setembro de US$ 570 milhões em exportações. A China é o maior comprador de produtos do Tocantins, o equivalente a US$ 194 milhões de janeiro a setembro de 2013.

A Senadora lidera uma missão de empresários brasileiros da agroindústria na China com a participação também de empresários do Tocantins, tanto da indústria da carne como da agropecuária. Ainda na abertura do Seminário, Kátia Abreu  cobrou mais agilidade na habilitação de novos frigoríficos e se queixou da escalada tarifária que penaliza alimentos processados que o Brasil exporta para a China.

O Semináro em Xangai comprovou o enorme interesse da China pelo agronegócio brasileiro. A previsão inicial de 150 participantes dos dois países acabou duplicada para 300, com a presença de executivos de bancos, como o HSBC, o Santander e o Banco do Brasil, entre outros; dos cinco maiores fundos de investimento da China e da estatal chinesa de alimentos, Bright Food Group, que tem uma pesada estratégia para investir no exterior.

O Agroinvest em Xangai foi o ponto alto da missão empresarial da CNA, liderada por sua presidente, senadora Kátia Abreu. Ela abriu o encontro apresentando a história de sucesso da agropecuária brasileira. Em 40 anos, o Brasil saiu da condição de importador de alimentos e, com um ganho de 300% em produtividade, passou a disputar a liderança mundial do setor com os Estados Unidos.

Para dar a dimensão exata do tamanho e da diversidade da agropecuária brasileira e das potencialidades de investimento no Brasil, a missão da CNA reuniu presidentes de sete Federações da Agricultura nos estados (MS, MG, CE, ES, MA,  RR, AP) e dirigentes de entidades setoriais – como soja, algodão, celulose e frigoríficos. Também participaram da série de painéis sobre as cadeias do agronegócio a cúpula do Senar nacional e dos estados, além de expoentes do quadro técnico da CNA.

“O seminário apresentou, com precisão, um panorama de oportunidades com dados e possibilidades concretas de investimentos e os caminhos para que as parcerias possam ser desenvolvidas”, resumiu, ao final do encontro, o ex-embaixador brasileiro na China e consultor da CNA, Clodoaldo Hugueney.

Segundo o vice secretário-geral do Conselho Chinês para a Promoção de Comércio Internacional (CCPIT) em Xangai, Yu Chen, a China demanda cada vez mais alimentos. “O governo também encoraja muito o desenvolvimento de nossas empresas no exterior”, afirmou, destacando que os investimentos fora de seu país este ano vão ultrapassar 80 bilhões de dólares.

“A  China fica muito distante do Brasil, mas isso não é dificuldade”, disse o representante da CCPIT. Para que não haja dúvida e de olho nos bilhões que a China ainda vai investir, a CNA aproveitou o seminário para lançar o Portal Agroinvest Brasil (www.agroinvestbrasil.com), uma plataforma em três idiomas – português, inglês e mandarim –  que funcionará como uma vitrine de projetos e de oportunidades de investimentos on line, facilitando a concretização de negócios. “O portal apresenta projetos de forma mais detalhada e contribui para romper a barreira da língua, aproximando compradores e vendedores. Além disso, dará continuidade à ação que foi iniciada neste seminário”, explicou o presidente do Instituto CNA, Moisés Gomes.

Ao encerrar o painel sobre as potencialidades das exportações brasileiras de alimentos para a China, o ex-ministro e consultor da CNA, Roberto Brant, destacou que “o Brasil deixou claro que tem todas as condições de atender o aumento da demanda chinesa por alimentos, seja pela fartura de terras e de água, seja pelos ganhos de produtividade. Estamos prontos e com os olhos voltados para a China”, concluiu.

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