MST
Trabalhadores sem-terra que tiveram os barracos destruídos por um incêndio estão contabilizando os prejuízos e tentando resgatar parte dos alimentos que perderam. Além dos móveis e pertences pessoais, os lavradores perderam sacos de grãos e cestas básicas. Mais de 80 famílias vivem no acampamento na zona rural de Carrasco Bonito.
No meio do que sobrou do incêndio, a lavradora Neucida Fernandes tentou recolher do chão parte do açúcar que restou entre os móveis queimados. "Feijão, arroz, milho, fava. As coisas de cozinha, vasilhas, roupas, rede, colchão, fogão. Tudo o que a gente tem em casa queimou", disse.
Os moradores acreditam que o incêndio tenha sido criminoso. Eles contam que sofrem ameaças com frequência por parte dos fazendeiros da região. "Um fazendeiro olhou na nossa cara e disse que iríamos ter uma surpresa, e não ia demorar. Simplesmente por que ele queria entrar no acampamento e nós não deixamos", disse a lavradora Francisca de Sousa.
Nataliana Sousa, o marido e os três filhos perderam tudo e agora contam com a ajuda de amigos. "A gente trabalha o ano todo para conseguir alimento e vem o fogo e acaba com tudo assim dentro de segundos. É doído", lamenta.
Alberto Conceição olha para o que restou da casa e lamenta. "Aqui era a porta, o corredor e tinha um quartinho onde eu coloquei o arroz. Lá atrás era a cozinha. O feijão e o milho eram aqui. Ali tinha 18 litros de feijão e seis litros de fava. Foi tudo queimado", lamenta.
Entenda
Famílias do Movimento Sem Terra que vivem no acampamento Padre Josimo, no município de Carrasco Bonito, perderam parte dos barracos e dos sacos de legumes, após um incêndio. O fogo consumiu 38 barracos, na tarde desta segunda-feira, 14. Eles acreditam que a ação tenha sido criminosa.
Segundo o coordenador do MST no Tocantins, Marcos Nunes Bandeira, mais de 80 famílias moram no local. Ao todo, são mais de 100 barracos. (G1)