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17/12/2015 - 20h04m

Artigo: Acadêmico Gilberto Ferreira traz uma reflexão sobre a criminalidade contra à mulher

Gilberto Ferreira

As belas pedem socorro!

Brasil, país mundialmente reconhecido pelo carisma, alegria, receptividade e magia de seu povo alegre e festivo, bem como por belezas naturais exuberantes assim, como por muitos, pelas belíssimas mulheres que neste país de tamanho continental habita.

Percebe-se que os sopros favoráveis a tais riquezas são gigantescos e inúmeros no sentido de se consolidar em bem-estar da sociedade. No entanto, algo de terrível e assustador tem dissipado e ofuscado toda essa sincronia única: a violência.

Tal violência tem alcançado altas escalas e elevado a passos largos as estatísticas no país no que se refere a maus tratos. E é justamente e infelizmente contra as belas mulheres que o mundo aprendeu a admirar que se tem emperrado em se perpetuar práticas deploráveis.

É triste saber que mesmo sendo um crime grave e inaceitável violação de direitos humanos, este tipo de ato segue de forma assustadora vitimando milhares de brasileiras (e no mundo) todos os anos. São brancas, negras, loiras, ruivas, pardas, amantes, companheiras... Em fim, são mães.

Segundo números de algumas pesquisas usadas para a sustentação deste argumento, durante três décadas (1980-2010) no país, foram assassinadas 92 mil mulheres. Estatística essa que vem confirmar a amplitude do problema que se arrasta por longos anos no Brasil.

Sabe-se que são inúmeras vitimas que a todo instante dão testemunhos de que caíram, tropeçaram ou se acidentaram, mascarando de forma vergonhosa e perigosa as violências que sofrem em festas, repartições publicas ou privadas e por incrível que pareça e em maior número, dentro de suas próprias casas. O que torna este assunto ainda mais polêmico e inaceitável.

É importante ressaltar que ficam de fora destes números, aquelas que tristemente são violentadas psicologicamente, moral, patrimonial, por tráfico, cárcere privado e sexualmente, o que jamais torna suas dores e conseqüências, menores ou menos dolorosas, comparadas aquelas que por um golpe a mais perderam aquilo que de mais precioso tinham: a vida!

O que é (deve ser) de admiração de todos tem se tornado produto de posse de alguns. O que tem propiciado tristes fins: quando não mais agradam, de forma brutal, tiram sua existência. Sua beleza e suas curvas têm sido a cada dia, maquiada pelo medo e cicatrizes que desfiguram sua essência. Sua voz suave, doce e acalentadora tem sido calada pelas ameaças e restrições.

Mas seu instinto é forte e sua voz é pacificadora e com este modo de ser singular que tens, tem se alcançado grandes progressos nas suas lutas como delegacias especializadas, grupos de convivências e a maior delas, a Lei 11.340/06. E não irão se calar! Porque se calar?

Pesquisas recentes mostram que 98% dos brasileiros conhecem (ou ouviram falar da) a lei em questão, conhecida como Lei Maria da Penha, que ganhou este nome em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso. Denunciando-o.

Este tema fica mais interessante quando segundo a pesquisa, 100% das mulheres brasileiras conhecem a Lei mencionada, que desde sua sanção em 2004, fez reduzir significativamente em 10% a taxa de homicídios contra a mulher, praticados dentro das casas das vitimas, e tem evitado milhares de casos de violências contra a mulher.

Apreender esses números como avanços é importante e necessário para que continue lutando para o alcance de novos objetivos, no entanto, também é preciso ter a concepção de que não são por se só suficientes. Há muito que se conquistar ainda e, isso pode ser atestado nos números elencados nos parágrafos anteriores deste texto.

As belas podem e devem continuar a sorrir, brincar, amar, ter filhos, trabalhar, serem e se sentirem admiradas. Ter voz e vez! E isso só será possível por intermédio de lutas, força, coragem e foco naquilo que se busca: respeito.  

Assim, rebelar-se contra o racismo ainda forte na sociedade brasileira, o preconceito e a violência contra a mulher, é perceber o mundo para além daquele “cubículo de visão” unilateral que muitos têm mostrado portar, quando priva de liberdade aquela que na verdade deve ser reverenciada por quem és. Este tipo de comportamento antiquado e inadmissível tem retirado drasticamente o sonho de ser feliz de milhões de belas em todo o mundo.

Não se pode fechar os olhos para o que há anos tem ofuscado ou até mesmo aniquilado o brilho das lindas mulheres que de cedo aprendemos a admirar, mas, o mais importante é não calar-se e saber ouvir o grito de socorro daquelas que anseiam em serem ouvidas que seja na sua doçura e suavidade, mas, também na sua bravura por seus direitos, inclusive o direito à vida. 

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